No dia de S. Martinho as crianças dos 4 / 5 anos foram ao Centro de Dia ver a D. Maria a assar as castanhas e puderam fazer-lhe algumas perguntas sobre a sua vida e sobre a sua profissão.
Aqui fica a “entrevista” que os meninos fizeram…
Para que serve esse carrinho?
-Agora só serve para assar as castanhas no Centro de Dia. Venho cá todos os anos neste dia. mas serviu durante muito tempo para vender castanhas na rua.
Usava o carrinho para mais coisas na altura em que vendia na rua?
– No Verão também o usava para vender gelados. Era só tirar o assador e pôr a arca para os gelados. o carrinho era o mesmo.
Que idade tinha quando começou a vender castanhas?
-Comecei com 22 anos, quando me casei com o meu marido. Ele já fazia desde os 14.
Quantos anos vendeu castanhas?
-Durante 44 anos.
Em que rua é que vendia?
– Estive 33 anos na Rua Passos Manuel e o resto em Santa Catarina.
Usava algum pregão?
-Não. Nunca usei pregão para vender. Mas a senhora que vendia ao meu lado apregoava. Eu nunca o fiz.
Quanto custava uma dúzia de castanhas na altura?
-1 Euro. Vendia-as embrulhadas em cartuchos de jornal.
Porque é que as castanhas ficam assim tão branquinhas depois de assadas?
-O sal que eu ponho cai no lume e o fumo sai branco. Quanto mais branco for o fumo, mais branquinhas ficam as castanhas.
E como é que sabe que as castanhas já estão prontas?
-Pelo barulho que fazem quando mexo no assador.
Se não vendesse castanhas o que gostaria de ter sido?
-Nada, porque nunca aprendi ler. hoje em dia contento-me a fazer o almoço para a minha filha e a cuidar da minha netinha. É assim que passo os meus dias.
E foi esta a história de vida que os meninos puderam conhecer… a da senhora Maria que com o seu carrinho ganhou a vida ora a vender castanhas, ora a vender gelados…Hum…que delícia!!!
A D. Maria e o marido são personagens da cidade do Porto já retratadas no livro “TRADIÇÕES POPULARES DO PORTO” de Helder Pacheco. A fotografia da capa deste livro é precisamente de um assador de castanhas, o marido da D. Maria.